Amanda Cipriano Gomes
SOBRE A ARTISTA
Há alguns anos, tive uma decepção amorosa advinda de uma relação abusiva. Foi o meu primeiro amor. Apesar disso, eu sempre escrevia para esta pessoa, que me incentivava a continuar com meus textos, mas que de forma alguma eu sentia confiança em relação ao que ela achava ao me ler. Essa relação sugou as minhas energias, mas nunca a minha vontade de escrever, que era tudo o que eu tinha. E continua sendo tudo o que eu tenho até hoje. Este poema é a minha forma de me recordar que não importa o que aconteça; o quão sozinha eu me sinta, a escrita sempre estará ali comigo, me esperando. Porque isso basta. Eu me basto.
SOBRE A OBRA
Aos 6 anos, aprendi a ler. Aos 13, conheci os livros. Aos 14, Rupi Kaur, que me fez mergulhar no mundo poético. Desde então, palavras são grande amor da minha vida . Graduanda no bacharelado de Letras-Literaturas pela UFRJ e pesquisadora de iniciação científica em poesia contemporânea nacional de autoria feminina, divido meu tempo entre me aprofundar nas teorias feministas e críticas literárias e também na leitura de livros (sempre que posso, por prazer). Às vezes, escrevo alguns poemas e textos, mas meus hiatos costumam ser maiores que o meu deslizamento com o grafite pelo papel (ou os dedos pelas teclas) devido ao caos que é a vida acadêmica. Mas eu sempre volto para casa, para a escrita.
INSTAGRAM: @mandy_cgomes/@literatura_studies | OBRA: Poema | REGIÃO: São João de Meriti, RJ, Brasil
OBRA
solidão & escrita
li em algum lugar que a escrita era uma atividade solitária, mas não sei se concordo.
em todas as vezes que você me machucou,
me isolou
a escrita foi a minha única amiga.
a única que você me permitia.
escrever pode ser considerado um ato solitário,
mas não chega nem perto da solidão que era estar junto
a você
– eu estava mais acompanhada com a minha solitude do que quando estava sozinha com você